De carro estacionado na avenida, dirijo-me ao sinaleiro metálico para requisitar 20 cêntimos de tempo. Enquanto isso, um indivíduo de bengalinha na mão caminha transversalmente no passeio com a delatada intenção de cruzar a estrada.
Aposto mentalmente que ele irá escolher a traseira o meu carro para fazer a travessia ou encepar nele. Dito e feito.
E ainda ganhei o bónus de duas bengaladas no para choques.
Observei a cena sem dirigir palavra.
Não podia, como seria normal, dirigir-me ao freguês e perguntar-lhe se ele não tinha olhinhos para ver por onde andava.
Era cego.